Quem é esportista busca sempre se aperfeiçoar. Mas será que é só treinar? Para a atleta de alta performance e praticante de crossfit, Fernanda Surian, isso pode ser mito. A saída, segundo ela, pode ser usar a inteligência no treino e aproveitar o tempo no box para aquilo que realmente você precisa. Treinar melhor, não necessariamente, mais. Para ela, tempo a mais nem sempre significa resultados positivos.
- Quando colocamos inteligência no treino, o foco muda. Quem treina horas a fio precisa parar para se questionar: dessas horas, quanto estou treinando o que realmente preciso ou quantas acabam sendo apenas desgaste físico? - indagou.
Para Fernanda, o treino inteligente tem alguns pontos a serem considerados:
Menos pode ser mais: Nem sempre o cansaço indica vitória, embora muitos de nós só acreditem que deram tudo de si quando saem mais mortos do que vivos do treino. Muitas vezes, um treino curto, mas que trabalha aquilo que você realmente precisa, pode ser muito melhor para seu aprimoramento como atleta do que um treino longo e cansativo. Há tempo para os dois, usar a inteligência permite escolher quando fazer um e quando optar pelo outro.
Treinar em etapas: Um treino em etapas também permite que você observe seu desempenho isolado em determinado grupo de exercícios. Às vezes, achamos que estamos mal em tudo, ou pior, que estamos bem em tudo, porque o resultado geral é bom. Mas, será? Quando estamos em um trabalho para ser RX, para aumentar desempenho, olhar cada parte do treino é super importante e permite aprimorar o detalhe. Sem um olhar apurado, isso demora muito mais.
Foco é tudo: Quais são seus objetivos? Corpo, bem-estar, performance? Saber o porquê você está treinando permite que seu coach construa wods específicos e adapte o treino para o que você realmente precisa. Sem esse autoconhecimento, vamos indo conforme a maré.
Acompanhamento realmente faz diferença: Falando em coach, esse acompanhamento é fundamental para ampliar a inteligência no treino. Contar com profissionais que te conhecem, que entendem seus objetivos e suas limitações e que estão dispostos a te levar onde você deseja é fundamental.
Será que a dor é realmente necessária? Aqui, fica o questionamento principal. Tem quem ache que só está na dianteira quando está sempre rompendo seus limites,quando sente dor, quando está a um passo de ter uma lesão. Nem sempre precisa ser assim. Se conectar com seus objetivos reais e entender suas limitações, imprimindo inteligência ao treino, pode te levar além de um jeito menos, digamos, doloroso.
Se você é daqueles que acredita que precisa treinar mais e mais e que nunca está satisfeito com seu próprio desempenho, esse texto é um convite a repensar. Treinar com inteligência permite que você olhe o detalhe, que você aprimore inclusive aquilo que você já sabe, que você seja mais do que um atleta, simplesmente, mas que você esteja no seu máximo em todos os sentidos, o tempo todo.
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